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domingo, 5 de julho de 2009

O curso provável da evolução levará a humanidade à catástrofe

Pensadores
Profetas e profecias

Seminário Internacional realizado em Palmas (TO) reuniu pensadores de diversas áreas e partes do globo para propor uma nova forma de desenvolvimento para a humanidade. Pelo atual quadro, se o homem não mudar seus hábitos, a previsão é que ou a humanidade se desintegrará ou terá que realizar uma metemorfose


04 Jul 2009 - 15h13min

O curso provável da evolução levará a humanidade à catástrofe. A previsão é de Edgar Morin, um dos pensadores mais relevantes dos séculos XX e XXI. Aos oitenta e oito anos, ele vê o modelo de desenvolvimento espalhado pelo mundo pelas nações mais ricas do Ocidente como uma ilusão. Um erro que toda a humanidade deverá compartilhar, embora de forma desigual, assim como tem sido a distribuição dos benefícios do crescimento econômico. E o hemisfério Sul sofrerá mais os efeitos do aumento de temperatura.

O pesquisador, filósofo e sociólogo francês foi um dos idealizadores do “Seminário Internacional Crise Civilizacional: Distintos Olhares - Transição de paradigmas de desenvolvimento nos países do Sul”, realizado de 22 a 24 de junho em Palmas, capital do Tocantins.

Metamorfose
Reuniões de pensadores de várias partes do mundo sobre as crises da humanidade começaram a ser promovidas pelo Instituto Internacional de Pesquisa sobre Política Civilizacional (IIRPC), de Morin, em sua sede na França, mas começaram a extrapolar o continente europeu no ano passado, no Chile. Este ano, foi a vez do Brasil, e aberto, pela primeira vez, ao público.

Do centro do país, Morin defendeu uma “metamorfose” do sistema em que hoje vivemos, termo que sintetizaria a ideia de uma revolução da mentalidade do homem com a preservação da diversidade cultural, ameaçada pela globalização da racionalidade econômica.

“Quando um sistema não pode tratar de seus problemas fundamentais, o que acontece? Ele se desintegra, regride, ou é capaz de criar um outro sistema, um metasistema. O planeta está incapaz de resolver seus problemas fundamentais. Nosso sistema está fadado a se desintegrar ou a se metamorfosear”, dita.

Para ele, é preciso que os seres humanos encontrem outros significados para a felicidade, que não estejam ligados diretamente ao prazer do consumo. Como pai da interdisciplinaridade, o filósofo não poderia deixar de propor que os problemas, as crises, sejam tratadas por soluções que as contemplem juntas, sem segmentações.

Por isso, personalidades de diferentes ramos do pensamento foram convidadas ao evento, como um dos maiores paleontólogos do mundo, Michel Brunet, geólogos, engenheiros, sociólogos, economistas e políticos, como o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PT-AC).


* A repórter viajou a convite da organização do evento.


E-Mais
> O Seminário Internacional Crise Civilizacional foi realizado no Brasil pelo Instituto Internacional de Pesquisa sobre Política Civilizacional da França (IIRPC), a Universidade Federal do Tocantins (UFT), a Fundação Universidade do Tocantins (Unitins), e o Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS), da Universidade de Brasília (UnB). O evento aconteceu no campus da UFT em Palmas.

> Segundo alguns organizadores, chegou a ser cogitado que o seminário fosse para Brasília (DF). Para a realização em Tocantins, teria sido fundamental o interesse e a agilidade do Governo do Estado em propor sediar o seminário em Palmas.


BATE-PRONTO
Alfredo Pena-Vega, diretor científico do Instituto Internacional de Pesquisa sobre Política Civilizacional (IIRPC), define-se como um “pessimista, que é um otimista bem-informado”. Para ele, a noção atual de “desenvolvimento sustentável” não é palpável e não dá conta de responder às crises ambientais e econômicas, por exemplo. É preciso investir em novos caminhos, novas vias, para ir “além do desenvolvimento”.

O POVO - A visão da crise é mesmo tão pessimista?
Alfredo Pena-Vega - Se você vê o mundo de hoje, você vê que nós temos uma crise irreversível do aquecimento global. É irreversível. Você tem uma economia totalmente colapsada mundialmente. Os governos, todos que hoje estão tratando de enfrentar a crise, estão se endividando. Você tem uma crise ecológica. Você tem uma crise econômica, social, latente. Os países europeus, industrializados, estão com problema de desemprego. A Europa está com 10 a 15% de desempregados. Você tem uma crise mental, porque a educação não vai bem, as universidades têm problema de recursos. Então você enxerga o futuro e diz: “da forma como está funcionando hoje nosso sistema-mundo, a situação é alarmante”. Mas as crises também são positivas, no sentido em que nos obrigam a achar soluções para sair delas, frente a essa situação, vamos dizer, negativa, mais ou menos pessimista.

O POVO - Uma situação apocalíptica até?
Alfredo Pena-Vega - Não tanto apocalíptica, mas nós temos que ser realistas sobre o que está acontecendo e achar vias novas. Temos que pensar quais são os novos desafios da educação, temos pensar quais são os novos desafios da economia. A economia não pode mais estar pensando no ganhar mais e mais no sistema financeiro. Temos que pensar em novas vias sociais, numa economia mais solidária. Temos que pensar numa nova ética, acabar com isso de os políticos, nossos representantes, chegarem ao poder e serem corruptos. Temos que pensar numa nova qualidade de vida. São grandes desafios que a crise nos obrigam a própria crise a pensar. E qual é a saída positiva? Repensar, mudar nossa forma de pensar. Colocar em interação todos os problemas, não separar os problemas. O problema não é só ecológico, não é só econômico. Os problemas são juntos.

O POVO - E qual o papel da educação nisso?
Alfredo Pena-Vega - É a educação que vai permitir mudar de forma de pensar. Mas, para mudar a educação, precisamos mudar a forma de ensinar. (Edgar) Morin fala da transdisciplinaridade, da interdisciplinaridade, integrar dentro da educação a complexidade, isso são desafios. E isso vai permitir que surja uma nova consciência cidadã, com respeito ao meio ambiente, ao outro, com menos violência e mais ética.


O MANIFESTO DE TOCANTINS

> “Apesar de os problemas atingirem dimensões globais, os impactos já se fazem evidentes nas populações do Sul, afetando, principalmente, aqueles que se encontram à margem de qualquer forma de cidadania. As mudanças climáticas provocadas pelo desenvolvimento interferem no presente e no futuro da humanidade.”

> “Podemos esperar um devir fraterno nas relações dos diferentes povos e a natureza. Com este espírito, o Seminário refletiu sobre vias possíveis para o nosso futuro. Essa mudança de via exige um envolvimento comprometido com a política, a ética e a estética. É imperativo romper com o modelo que perpetua a miséria econômica, huma na e ambiental, que nos leva a catástrofes previsíveis.”

SAIBA MAIS
> Palmas está no centro geográfico do país e é a capital do Estado do Tocantins, na região Norte. O Tocantins é o mais novo estado brasileiro, criado em 1988. Mas Palmas, a mais recente cidade planejada do país, só foi inaugurada como Capital em 1990, ainda em construção.

> A cidade tem 178.386 habitantes (dados do IBGE de 2007) e área de 2.219 km².

> O nome Palmas foi escolhido em homenagem à comarca de São João da Palma, sede do primeiro movimento separatista do norte goiano e também pela grande quantidade de palmeiras na região.

> Palmas pode ser considerada um polo universitário da região. Além de um dos sete campi da UFT, sedia várias instituições de ensino privado.

> Palmas é banhada pelo rio Tocantins. O Estado tem outros recursos naturais de destaque, como a Ilha do Bananal, maior ilha fluvial do mundo (onde fica o Parque Nacional do Araguaia), e parte da Amazônia. Além das florestas, o Tocantins tem 90 do território de cerrado.

FONTE: Governo do Tocantins.

http://www.opovo.com.br/opovo/cienciaesaude/890167.html